O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, anunciou um plano significativo que sinaliza o fim dos aplicativos bancários tradicionais, como conhecemos hoje. Este movimento é impulsionado pelo avanço do Open Finance (também conhecido como Open Banking anteriormente), um sistema que permite o compartilhamento de informações financeiras entre instituições e usuários. Campos Neto prevê que, em até dois anos, os aplicativos específicos de bancos, como Itaú e Bradesco, se tornarão obsoletos, sendo substituídos por um aplicativo agregador que dará acesso a todas as contas de um usuário em um único lugar.
O conceito de Open Finance está em evolução desde 2021 e já passou por várias etapas. A fase mais recente, iniciada em outubro, permite que os usuários compartilhem informações de investimentos em fundos, renda fixa e renda variável com as instituições participantes. Até agora, foram registrados cerca de 40 milhões de consentimentos para compartilhamento de dados.
O chamado “superaplicativo” projetado pelo Banco Central pretende ser uma plataforma única que reúne todas as informações e ferramentas bancárias de um cliente. Campos Neto argumenta que isso simplificará a gestão financeira dos usuários, possibilitando, por exemplo, ver todas as suas dívidas e fluxos de caixa em um só lugar. Além disso, o sistema promoverá uma competição mais acirrada entre bancos e fintechs, potencialmente beneficiando os consumidores com melhores condições bancárias e de crédito. Entre as funcionalidades esperadas estão a comparação de taxas de juros entre bancos para créditos, escolha do banco para saques e transferências, conversão de moeda física para digital e a realização de investimentos.
A expectativa é que esse superaplicativo esteja disponível até o final de 2024, embora não tenham sido fornecidos detalhes adicionais sobre as etapas necessárias para o lançamento.
O impacto dessa mudança na vida das pessoas poderá ser bastante significativo. A consolidação de várias contas e serviços financeiros em um único aplicativo promete tornar a gestão financeira mais eficiente e menos fragmentada. Isso pode facilitar o controle de despesas, o planejamento financeiro e a tomada de decisões de investimento. Além disso, com o aumento da competição entre as instituições financeiras, os usuários podem se beneficiar de melhores taxas, condições de crédito e serviços mais personalizados. No entanto, essas mudanças também exigirão dos usuários uma maior atenção à segurança de seus dados e à forma como eles são compartilhados e utilizados pelas instituições financeiras.